Exposição
Mostra Balbucio de Tecnologias Ordinárias
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Descrição
Quando você pensa em câmeras de segurança, monitores de vídeo, sensores, despertadores eletrônicos, tubulações elétricas, pequenos amplificadores de som e outros instrumentos assim tão corriqueiros, o que logo vem à sua mente? Você imagina que essas engenhosidades criadas para facilitar nosso cotidiano podem se transformar em obras de arte? A resposta você pode descobrir e construir com os integrantes do Grupo Balbucio da Universidade Federal do Ceará (UFC). O objetivo da exposição é produzir arte incorporando ferramentas tecnológicas simples e banais (os gadgets), presentes nas experiências ordinárias da vida e encontradas sem maiores dificuldades em qualquer loja de eletrônicos.Segundo Tobias Gaede, um dos artistas do coletivo e mestrando em Comunicação pela UFC, não se trata, pura e simplesmente, “da realocação desses objetos no espaço aurático do museu, procedimento que seria nada mais que uma repetição do ready-made”. Trata-se, diversamente, de fazer uso das potencialidades que esses dispositivos disponibilizam por sua funcionalidade prática – seja pela admissão de tal funcionalidade, seja pela sua subversão por meio de empregos dos quais não se suspeitava ou que, embora evidentes, não eram efetivados.Serão nove trabalhos que possuem a intenção de proporcionar ao público de Fortaleza o contato com esta maneira de fazer artística e tornar o contato do Projeto Balbucio com o público mais próximo e efetivo. E a proximidade com o público pode ser vista com o trabalho “O jardim das Flores Vivas”. De acordo com o idealizador da obra, o doutorando em arte e design pela Universidade do Porto, João Vilnei, o trabalho é de interação, “mas não é de interação com todo mundo; apesar de estar na rua, só funcionará se a pessoa for atenta; não interage com todo mundo, só com as ‘Alices’ de Fortaleza”.“A intervenção foi criada no âmbito da pesquisa que desenvolvi durante Mestrado em Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro – Portugal. Desta pesquisa resultou o trabalho ‘Alices: Encontros na Vera-Cruz’”, explica o artista-pesquisador. Em Fortaleza, o trabalho será montado num canteiro de flores ao lado do CCBNB, de maneira a interagir com o interesse dos passantes. O sistema é composto por painéis solares, uma placa eletrônica, uma caixa de som de computador, um mp3 player e um sonar. Toda a parte eletrônica fica escondida, enterrada no canteiro das flores. Nenhuma referência externa é feita nas proximidades do canteiro, o que faz com que apenas os mais atentos aos pequenos detalhes, aos pequenos sons que destoam dos barulhos da cidade, possam, como aconteceu com Alice, ouvir a conversa das flores.
A instalação “Reverbero” é um trabalho colaborativo. A concepção e coordenação geral do trabalho é da artista e comunicóloga Chris Salas Roldan, que explica: a obra trata da proposição de uma experiência de interação com um sistema computacional; uma experiência, a priori, individual. “É um jogo entre corpo e máquinas e softwares e componentes eletrônicos que fazem parte do nosso cotidiano – tão inseridos nele que, muitas vezes, não são mais percebidos. É uma dança, uma conexão, talvez até a simples repetição do que realizamos no dia-a-dia, ao acessarmos os sistemas eletrônicos/digitais/computacionais, colocado apenas de modo diverso”, explica. O trabalho trata, ao fim e ao cabo, de aporias mais gerais relativas ao lugar do homem no mundo hoje: “Quais os pontos de vista do ser humano sobre si mesmo? Que imagem o traduz? Que imagem ele reflete? Como ele acredita ser percebido? Afinal, quais são as “caras” dos nossos reflexos em rede? De que modo tudo isso transforma seu corpo?”
TRABALHOS APRESENTADOS
– o jardim das Flores Vivas
– Reverbero
– Som Encanado
– Deus te abençoe
– Espaço cíclico
– Projeção do tempo contínuo
– Cenóbio
– Glossolalic Machine #3 – Bureau
Concepção: Projeto Balbucio
Categoria: projeto, evento, exposição
Produção: Cândido Filho, Chris Salas Roldan, Dadylla Rabelo, Flávia Salcedo, Greta Frota, Jedi, João Vilnei, Juin, Tobias Gaede, Wellington Junior
Registro
fotográfico: João Vilnei, José Cândido